quinta-feira, 15 de abril de 2010

Aulas de direção


Depois de momentos traumáticos como vestibular e alistamento militar, achei que aprender a dirigir fosse fácil. Talvez não tão simples, mas tambem não complicado. Mas o que seria da vida sem as surpresas?

O trauma já começa pela figura do instrutor: um cidadão falante do idioma surfistês, cheio de gírias , e que não aceita contestações. Depois vem o fato de se aprender a dirigir em um bairro movimentado, que é a praça seca ( não, as primeiras aulas não foram em um bairro pacato onde você somente precisa se preocupar em realmente aprender a desvendar o automóvel).

Nervos de aço são necessários pra entrar nessa selva de loucos que é o trânsito ( com um instrutor!). É instrutor gritando pra um lado, carros pedindo passagem por outro, seus olhos frenéticos percorrendo todos os retrovisores possíveis e imaginarios, instrutor gritando, estresse, instrutor gritando!

Primeiramente a questão é o meio fio: a idéia que se tem é tentar andar afastado dele. Mas para o motorista de primeiras viagem, ver o meio fio de quina não é algo muito agradável. Depois vêm as ruas com buracos. Quem consegue desviar deles? ou melhor: quem consegue aprender a dirigir com eles? E como se não bastasse, ainda existem os pedestres que não têm noção de perigo, e se atrevem a atravessar a rua em frente a um carro de AUTO-ESCOLA sem nenhum receio!

Traumas à parte, acho que estou conseguindo absorver algo. OU melhor, estou conseguindo deduzir algo. Com os gritos nada esclarecedores do instrutor estou sendo, mais uma vez, um autodidata.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

E o rio de Janeiro vira mar de abril

É verdade. Depois de um verão insuportável com muitos dias de 42 graus celsius, ocorre no outono um verdadeiro dilúvio no Rio de Janeiro. A água é fogo! Decretou o pânico na cidade! Deslizamentos, transbordamento de rios, entupimento de ralos, árvores caídas pra tudo que é lado, falta de luz, e muitos outros problemas. 2012 está chegando. E o fim do mundo, vem junto?
Acho que não :D Na verdade, depois de um verão desses, era de se esperar que a água evaporada fosse pra algum lugar.O que não podia era toda a água fosse pra um sumidouro ou buraco negro e nunca voltasse. Só não esperava que ela voltasse toda de ume vez.
O mais cômico era o desespero das pessoas em meio à noite chuvosa pensando em trablahar no dia seguinte, quando, tinham gasto lngas horas a mais pra voltar pra casa. Eu mesmo levei 4 horas e mais, quando o normal seria de 2 horas. Alguns até dormiram no trabalho depois de tentativas frustradas de pegar onibus ( nao passavam) ou taxis ( nao paravam).
O prefeito pede a todos que não saiam de casa. OK. Muitos nao saem. Outros se aventuram a enfrentar mais 10 horas de transito ( 5 pra ir e com sorte, 5 pra voltar).
Pessoas morrendo com deslizamentos. E o que preocupa a Ana Maria Braga? Os cabo men que ainda nao chegaram para filmar o "mais você". Programa desastroso, regado a comentarios como " olha que linda a cachoeira que se formou no meu estudio".
DEpois dessa nao tenho mais muito o que falar . Pelo menos nao tenho aula até segunda. Justo.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

blecaute na vila



Eram 23:40. Calor insuportável no subúrbio do Rio de Janeiro. As luzes apagam, as televisões desligam e o escuro impõe o seu terror. Só não foi completamente bem sucedido por que o clima conseguiu abalar ainda mais os nervos da galera. É. Ficar no escuro ( ou à luz de velas) com certeza não abala tanto quanto dormir no silêncio de um quarto sem ar condicionado.
Mesmo com o horário, as reações desesperadas não se continham. Muitos dos moradores da vila pegavam a cadeira de praia, ainda com grãos de areia do último final de semana, e não hesitavam em pô-las na frente de suas casas, para pegar um ar fresco. As crianças corriam desvairadas pela vila, comemorando algo que só acontecia na sua cabeça fantasiosa. Um show de luzes trêmulas ocorria. Misturavam se lanternas, velas, lâmpadas de emergência e tudo mais que a tecnologia até hoje pode nos oferecer para esses momentos.
Depois que uma das moradores da vila informou ter ligado para a Light e ter sido informada de que a luz só voltaria pelas 4 horas, aí é que o pânico virou histeria. Gente reclamando para todos os lados. Reclamavam do calor, dos mosquitos ( será que não estariam aqui se a eletricidade estivese ok?) , da falta de televisão, até da pobre da vela que deixava o recinto ainda mais quente!
Eu, que tenho tendências claustrfóbicas, fui para o terraço da minha casa, onde corria uma brisa suave e a concentração demografica era bem menor. De lá fiquei escutando um pouco de música, observando as estrelas, e , por que não observar o bicho homem? Realemente acho interessante estudar o comportamento das pessoas quando nas mais diferentes situações.
Para um lado haviam silhuetas atrás de uma janela iluminada pelas velas. Desinteressante. Para o outro, as estrelas, ainda brilhando um bocado. Apesar de me fascinar, já tinha tido a minha cota de astromaníaco do dia. E por último mas não menos importante, tinha a reunião da terceira idade, comentando sobre as mais diversas banalidades como "há quanto tempo não tomavam vinho, que seria refrescante nesse momento", " A política fajuta de hoje" e muitas outras coisas, regada às músicas "a la taxi" do meu mp3 player, como " Time after time, because You loved me" e mais alguns hits de algumas décadas atrás.
O relógio marcou 2:40 da manhã. As vozes foram se rarefazendo. As pessoas foram aos poucos se segregando para a fornalha que estavam as suas casas. E então tudo foi voltando ao estado de quase normalidade. Menos eu, com insônia, que fiquei pensando sobre o que postar no blog até que às 3:55 a eletricidade voltou, para a alegria dos que iriam trabalhar ( assim poderiam desfrutar de ao menos uma hora no ar condicionado!)
As estrelas já se despediam.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

versos sobre a morte


Não há adrenalina
mas sim consentimento

o fim chega rápido

e se vai em um momento



As cores escurecem

quando a parede se aproxima

os sentidos evanescem

enquanto todo o resto sublima



Véu, parede, tela,....

limite sem definição

abstrato, firme, concreto,

do nada para a imensidão



imensidão que cala todas as vozes

onde tudo silenciosamente se completa.