sábado, 15 de junho de 2013

Blackout

Acabou a luz. As televisões se desligaram, assim como os computadores, videogames, e toda e qualquer fonte de distração, exceto as portáteis. Muitos saíram de suas casas para socializar com os vizinhos. Crianças foram finalmente vistas na rua correndo e se divertindo. O que era barulhento ficou silencioso, e o que era silencioso ficou barulhento. E tudo só porque as tvs e computadores estavam compulsoriamente desligados. Para onde será que estamos caminhando? Será que necessariamente acabaremos como neoeuropeus, aqueles que não olham nos olhos de quem não conhecem, não falam nada além do necessário com quem não tem um mínimo de intimidade? Estaríamos nós perdendo, graças à tão aclamada globalização, aquela essência brasileira, da qual tanto nos orgulhamos e que muitos turistas cruzam o mundo só para conhecer? O que será do nosso cerne quando a nossa sociedade tiver arraigada, nas suas raízes, o extrato do mundo virtual? O que é antigo deve ser modernizado, obviamente, mas o antigo não deve ser esquecido e totalmente substituído. Fica aqui registrado mais um paradigma da incerteza.

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